sexta-feira, 30 de março de 2012


Impressionante a semelhança entre Zuzu Angel – estilista brasileira, figura de nosso passado recente que desencadeou uma verdadeira guerra contra a ditadura militar – e Antígona – personagem da tragédia grega de mesmo nome do dramaturgo grego Sófocles –, mulheres sem partidários que abalaram a sociedade de sua época ao se erguer contra a injustiça, contra seu ditador, e a favor de tudo quanto seu espírito apontava como justo. Zuzu Angel que ergueu a voz, matriarcal, ao gutural quando isso por si só naquela época ditatorial já era uma forma de selar o próprio suicídio, Antígona, mulher fraternal, filha de Édipo, que chorou, enterrou e honrou com exéquias a quem fora proibido a proteção de uma tumba, num momento em que nenhum homem ousou pisar nas leis do déspota, numa época muito anterior a de Aristóteles que as considerava – as mulheres – seres inquestionavelmente (e é questionável esse inquestionável) inferiores. Zuzu foi assassinada, Antígona não encontrou outra saída senão o suicídio e o único objetivo de ambas era: enterrar aquele que lhes era caro.
Segue minha homenagem às mulheres, não só a todos esses espíritos guerreiros de diferentes épocas trazidos a tona pela grandiosidade de mentes artísticas ou cravadas na realidade da História, mas a todas que simplesmente são no mundo, à sua natureza (superior, certo está) feminil e a tudo que há de sacro em vocês. Não duvidem nem por um momento que, apesar do dia, que é de vocês, a felicidade é toda nossa.
Belo (o) dia da mulher.
Segue “Angélica”, por Chico Buarque de Holanda

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