domingo, 19 de julho de 2009

Àquele olhar...

O que é que tem?
Lá no lugar onde os olhos olham sem olhar... lá atrás das montanhas, onde as nuvens dão fim à infinitude do circular... O que é que tem?...
 
O momento que passou e morreu, celando-se ao infinito pelo simples fato de ter acontecido, não morrendo jamais... não passando nunca...
 
O que acontece quando olhando nossa alma gêmea nos olhos, transformamos esse olhar em algo tão penetrante, a ponto de já pensar ser esse gêmeo olhar nosso próprio olhar refletido no espelho... até o momento em que o vemos se fechar... como pode ser possível que vejamos nossos dois olhos, fechando-se a uma só vez se estariam eles fechados?...
Existiria dor maior que ver seus próprios olhos a se fechar?
Existiria perturbação maior que viver tal ilusão? E o viver a sonhar incessantemente tal realidade?
 
Aberto Aquele olhar, jamais se fechará. Pois não se pode fechar um olhar uma vez aberto. Uma curta ação realizada em vida é o suficiente para que ela exista no infinito da existência, do existir eternamente.
 
Existências acabam o tempo inteiro de uma hora para outra, mas o ter existido jamais passará...
Um toque no rosto... Um desabrochar em campo infertil...
 
Se o infinito do vazio nos causa peso, o transformemos num vazio que nos alimenta, transborda, completa...
 
O Sol está brilhando lá fora... não o ignore...
Traga-o para seu olhar mais uma vez...

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